Deputado escolhido por Arthur Lira é líder
do Republicanos na Casa e causou reviravolta na corrida ao longo dos últimos
dois meses. Eleição acontecerá em fevereiro de 2025.
Por Kevin Lima, Paloma Rodrigues, Marcela Cunha,
g1 e TV Globo —
Brasília
O presidente
da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta terça-feira
(29) que vai apoiar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB)
na disputa pelo comando da Casa em 2025.
A decisão foi
tomada depois de meses de suspense em torno do indicado de Lira à
sucessão – e de reviravoltas na configuração dos nomes colocados na disputa.
O endosso a Hugo
Motta foi anunciado em um pronunciamento na Residência Oficial da Câmara, com a
presença de líderes partidários.
“Depois de muito
conversar e, sobretudo, de ouvir, estou convicto de que o candidato com maiores
condições políticas de construir convergências no parlamento é o deputado Hugo
Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos
"Estou certo de que Hugo Motta,
deputado experiente, em seu 4 º mandato, e que viveu e vive de perto os
desafios que perpassam a nossa gestão, vai saber manter a marcha da Câmara dos
Deputados, seguindo esta mesma receita que tantos bons frutos deu ao Brasil:
respeito ao Plenário, cumprimento da palavra empenhada e busca incessante por
convergência", seguiu, ao lado de Motta.
Após o anúncio de Lira, Motta lançou
oficialmente a sua candidatura, em uma reunião da bancada do Republicanos na
Casa.
Em uma fala à imprensa, o Hugo Motta
afirmou que, em uma eventual gestão, terá "compromisso com o Brasil".
O deputado despontou como favorito ao longo de setembro, após o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) abrir mão de sua candidatura. A divisão da Casa entre três candidatos – Pereira, Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA) – deflagrou uma operação de Lira para construir uma candidatura de consenso.
Meses de negociação
Em setembro, Lira participou de um almoço de aniversário de Hugo Motta na Câmara e,
segundo interlocutores, cogitou anunciar ali mesmo o apoio. O anúncio, no
entanto, não aconteceu.
As semanas
seguintes foram de intensa negociação para ocupar o "vácuo" deixado
pelo deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) – que era tido como pré-candidato, mas abriu mão em
favor de Motta.
No último dia
16, por exemplo, Motta se reuniu com parte da bancada do PT para acenar que, se eleito, colaboraria com a
"governabilidade".
Além de Hugo
Motta, ainda são pré-candidatos já anunciados os deputados Antonio Brito
(PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA).
Desde o
primeiro semestre, Arthur Lira dizia em entrevistas que trabalhava para
construir um "nome de consenso" para sua sucessão.
O atual
presidente da Câmara, que não pode mais ser reeleito, buscava como cenário ideal uma chapa única, eleita por aclamação,
para evitar rachas na Casa.
Em setembro, Lira chegou a afirmar a
Marcos Pereira que ele receberia seu apoio se conseguisse demover os outros
candidatos da disputa — sobretudo Antonio Brito.
Pereira, entretanto, disse que o
presidente do PSD, Gilberto Kassab, barrou a saída de Brito como sinal de apoio
ao seu nome, o que o levou a abandonar a disputa.
Motta, por outro lado, reúne as
qualidades buscadas por Lira para angariar apoios entre diferentes bancadas na
avaliação de parlamentares.
Além de ser próximo do presidente da Casa, Motta tem bom trânsito entre deputados dos partidos do Centrão e não sofre resistências entre partidos de esquerda, como é o caso de Elmar Nascimento. Por isso, virou o favorito a receber a “bênção” de Lira.
A eleição que definirá a nova Mesa
Diretora da Câmara acontecerá em fevereiro do ano que vem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário