Um levantamento feito pelo Blog PLENO PODER com João Paulo Medeiros, com base no site do Tribunal de Contas do Estado (TCE), mostra que a prefeitura do município de Matinhas, na região de Campina Grande, que realiza já há anos a tradicional ‘Festa da Laranja’, mesmo se encontrando com Decreto de Estado de calamidade e junto a queda no FPM, irá realizar a sua Festa tendo um alto custo para os cofres públicos.
Este ano as festividades custarão aos cofres públicos a bagatela de pelo menos R$ 1,6 milhão com a realização o evento.
A tradicional Festa da Laranja de Matinhas-PB, tem por objetivo impulsionar o setor e divulgar a ‘marca’ no Estado e fora dele.
O município de Matinhas, está localizado na região de Campina Grande, e tem tradição na produção de laranjas.
A maior parte dos recursos destinada ao pagamento de elevados cachês. Somente para um show de Wesley Safadão a prefeitura vai desembolsar R$ 650 mil. Mas também pagará R$ 200 mil ao grupo Calcinha Preta, R$ 240 mil à dupla Iguinho e Lulinha; além de outros R$ 35 mil para artistas locais.
Os gastos, contudo, não se resumem às atrações. O prefeito Benedito Braz contratou uma estrutura para a festa com palco, som e iluminação ao custo de R$ 496 mil.
O montante contrasta com a crise propagada pelas prefeituras paraibanas, que reclamam de quedas no FPM. E, no caso de Matinhas, com um decreto de calamidade pública por conta da estiagem.
Uma comparação entre o que está sendo empregado na festa e os recursos usados em áreas como Saúde, Educação e Cultura, por exemplo, mostra a dimensão dos valores. O gasto é estratosférico!
Na Saúde o município gastou pouco mais de R$ 510 mil em setembro deste ano. Na Educação e Cultura esse montante foi de R$ 689 mil no mesmo período. No somatório de janeiro a setembro, na saúde, foram R$ 3,9 milhões investidos; e R$ 6,9 milhões em Educação e Cultura.
O advogado Murilo Duarte, que atua no jurídico do município, defende a realização da festa. Ele lembra que o evento com esse nível de grandiosidade só foi possível devido a economias feitas pela gestão municipal com gastos com pessoal e em outros setores.
“O fomento à citricultura e ao turismo é o cerne do desenvolvimento de Matinhas, para o hoje e para o futuro. Se as cidades nordestinas dependem cada vez mais do repasse de recursos federais, incentivar a produção agrícola e o setor terciário como um todo, através do turismo, é a tentativa de fazer o novo”, assinalou.
A programação teve início na última segunda-feira.
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